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Segunda-feira, Outubro 21, 2024

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A Misericórdia de Cerveira – datas que marcam

A Misericórdia de Cerveira – datas que marcam – Não consta do arquivo da Santa Casa da Misericórdia a data precisa da sua fundação; melhor: a data precisa em que a antiquíssima Albergaria de santa Maria de Roca-Amador ( a Provisão Régia de D. Afonso V, de 21 de Fevereiro de 1474 refere-se-lhe) ressurgiu com o nome ainda hoje usado de Santa Casa da Misericórdia.

Sabe-se, porém, que data dos fins do século XVI. O Livro de Receitas e Despesas começa em 1605, sendo Provedor João de Caldas da Costa e Escrivão José Barbosa, faltando o primeiro caderno que devia ter princípio em 1595, pois cada um destes cadernos contém contas de dez anos.

CRONOLOGIA

Séc. XVI – Fundação da Santa Casa da Misericórdia;

1590 – Filipe de Cerveira, morador na Vila de Caminha e ativo em Braga e na região de Tuy, cuja mostra figuras de anómalo alteamento, cromatismo em mancha, e pesquisas «cubizantes» dos longos tecidos, pintou as tábuas do retábulo-mor da igreja, de que subsistem atualmente na sacristia as pinturas do Encontro de Sant’Ana e São Joaquim na Porta Dourada, do Calvário e do Profeta Jeremias;

1621 – Colocação de um altar na casa contígua à Casa da Câmara, com abertura de nicho para albergar a imagem do Senhor Ecce-Homo;

1627 – Requerimento ao Arcebispo para nos dois nichos da antiga Igreja se fazerem altares:

Séc. XVII, meados – Construção da sacristia;

1658 – Demolição da sacristia e sala anexa, para a instalação na muralha próxima uma bateria;

1736 – A Misericórdia tem título de indulgências, concedido pelo Papa Clemente XII.

1758 – O Dicionário Geográfico de Portugal (manuscrito de 1758), Vol. 40, n.º 237, pág. 1422 diz o seguinte:
“Dentro dos Muros do Castello desta Villa está situada a casa da Misericordia, que terá duzentos mil reis de renda pouco mais, ou menos, e se ignora qual fosse o seu principio pela sua muita antiguidade. Tem a mesma santa casa da Misericordia huma imagem do senhor Ecce homo, que há muitos annos a esta parte está fazendo muitos milagres, aonde concorre muita gente não só deste Reino, mas do da Galiza todo o anno, especialmente na véspera e dia do Corpus Christi, quinze de Agosto vinte e três do mesmo mês e oito de Setembro, e tem caza de despacho muito boa, e também casa onde se recolhem de pobres passageiros”.

1772 – Remodelação da capela do Senhor Ecce-Homo, desejando, porém, construir uma igreja;

1790 – A concessão para a visitação da Igreja da Misericórdia
Transcrição.

1811 – Foi neste ano exarado o contrato para a edificação da igreja;

1814 – Início da remodelação e construção da igreja, com dois altares, estes benzidos a 8 de Setembro de 1814, pelo Encomendado Manuel Luís de Lemos.

1820 – Só foi possível a conclusão nesta data, devido às Invasões Francesas;

1820 – O retábulo-mor desta Igreja, foi benzido pelo Abade Manuel António da Costa, em 9 de Setembro de 1820, pároco na Igreja de S. Cipriano de Vila Nova de Cerveira, conforme o registo exarado no respetivo livro da Santa Casa da Misericórdia.

1823 – No caderno apenso ao Livro de Acordãos, de 1787, e com a data de 15 de Outubro de 1823, encontramos a ata com a memória descritiva e resumo do contrato celebrado com o entalhador José Luís Vieira de Sá, da freguesia de S. Gens de Calvos, concelho de Póvoa de Lanhoso:
Transcrição:
“Para a obra de altura trinta palmos, da de Largura de parede a parede com a deferença de lebar três bancos para se poder fazer Expozição feitos com os ornatos competentes, e Lebara mais no Simo da Tribuna hum Oratorio feito com toda a perfeição e o milhor que possa ser para meter nelle a sagrada Imagem adonde ficará sitio prompto para se poder fazer a Expozição, e por a costodia; o forro de sima será forrado em corpos devedindo-se cada hum delles em painéis Libros e virão afixar no meio do teto adonde fingirá huma espece de clara bóia.”
Transcrevemos ainda o contrato:
“ajustou a dita Obra na forma do risco, e apontamentos asima por preço de Dozentos mil reis, em Metal, e dar a mesma obra no fim de Agosto futuro acabada ficando toda a madeira da Obra Velha para o Mestre a Exeção (excepção) do Altar banqurta, e Sacrario e Oratorio do Senhor Ecce homo para a Caza ou a Meza despor delle como quizer. E declarou o dito Mestre que lhe darão algum dinheiro á porpoção da Obra que foce fazendo.!”

1824 – Construção do oratório para a imagem do Senhor Ecce-Homo;1824 – Com data de 9 de Agosto de 1824, e assinado pelo Provedor António Dias de Amorim, no Livro dos Acordãos de 1787, na fl. Do caderno apenso, refere o seguinte:
“ por estar a obra com toda a perfeição, e meter lhe diverça talha diferente do que estava em risco, e estar a mesma obra de boa madeira e sigura.” Foi feito um pagamento parcial contratado – 48$000. A 18 de Novembro de 1824, a Mesa acordou pagar, além do contrato, mais 20$000 porque, tendo o risco da obra somente duas colunas, o mestre entalhador sugeriu que levasse quatro porque, “ficaria a mesma obra mais perfeita”
Sem a pintura, portanto, a talha do altar do Senhor Ecce-Homo custou duzentos e vinte mil reis.

1827 – Quanto ao douramento sabemos apenas que, a 13 de Maio de 1827,

1838 – O Administrador Geral do Distrito de Viana do Castelo, afirma que a maioria das Misericórdias estavam muito mal administradas, o que originava a perda de muitas dívidas e foros, em resultado do desleixo e pouco zelo das Misericórdias;

1839 – O Administrador envia um comissário contabilista para reformar toda a sua escrituração e examinar os erros de liquidação e desleixo;

1863 – A Misericórdia e hospital tinham 19.718$900 reis de fundos, sendo 1.386$700 em domínios directos, 2.810$200 em prédios rústicos e urbanos, 13.422$000 em capitais mutuados, 500$000 em papeis de crédito e 1.600$000 em alfaias, jóias e móveis; tinha 763$535 reais em receitas ordinárias, sendo 33$500 em géneros, 43$935 em dinheiro, 671$100 em juros de capitais mutuados e 15$000 em juros de papeis de crédito; e tinha ainda como despesas obrigatórias 586$800 reis, sendo 226$000 em encargos pios e 360$000 em encargos profanos.

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