O Solar da Camoeira, em Évora nas freguesias de Senhora da Tourega e de Guadalupe – O Solar é datado de 1500 e está localizado na Herdade da Camoeira. É composto por uma Torre de Estilo Manuelino, sendo considerada um grande exemplar daquela corrente artística. É constituído pela Torre Velha e uma parte mais recente. De frisar o Salão Nobre com Abóboda de dois Tramos Atresonados.
O Solar pertence à Família Costa Macedo desde o século XIX, herdada por via feminina da Família Almeida e Noronha Camões, Marqueses de Angeja e Condes de Vila Verde (Casa extinta). O Solar é Propriedade Privada.
Pode colocar-se a hipótese de o Topónimo “Camoeira” provir do nome da Família Camões, já que esta teve uma forte ligação com a Torre.
O início do Solar deu-se no século XV com António Vaz de Camões, tio-avô do poeta Luís Vaz de Camões, que se tornou cabeça do Morgadio instituído pelo seu pai Gonçalo Vaz de Camões e a provável construção da Torre por António Vaz de Camões e sua esposa, D. Isabel de Castro.
No século XVI no Reinado de D. João III, provável construção do Edifício Adossado à Torre do lado Sul.
No início do século XX, o Solar pertencia à Casa dos Noronhas Camões de Albuquerque Moniz e Sousa, Condes de Angeja.
Em Fevereiro de 1941, um ciclone terá causado danos na Torre, sem afectar a sua estrutura original.
Descrição do Solar das Camoeiras
O Solar é um Edifício formado por dois corpos: Torre e Corpo Térreo Adossado no lado Sul. A Torre possui três Registos, com Terraço a nível do último, sendo rematada por Friso em Cordão.
A Fachada Oeste que terá sido a Principal, apresenta no Piso Térreo um corpo saliente com a Porta de Entrada com Vão de Lintel Recto em granito flanqueado por Contrafortes, mostra ainda um Volume Paralelepipédico, um Vão Recto de Janela e um Orifício Rectangular, ao nível do Primeiro Piso encontra-se um Terraço com Parapeito simples e uma Porta com Duplo Lintel Recto sobrepujada por pequena Urna em Médio Relevo.
No Terceiro Piso, encontra-se alinhado um Vão de Janela em Lintel Recto em mármore, encimada por Friso e ladeada por um Óculo. O remate desta Fachada é constituído por um Parapeito Simples, possuindo à direita uma Chaminé Rectangular.
A Fachada Norte está dividida horizontalmente em dois volumes, possuindo apenas no Piso Térreo um Vão de Janela Recto Gradeada.
A Fachada Este apresenta ao nível Térreo, uma Janela Recta e dois Orifícios Rectangulares e, ao nível do Primeiro e Segundo Pisos, encontram-se alinhados, dois Vãos Rectos de Janela em Lintel Recto.
No remate encontram-se três Gárgulas Tubulares Torsas. A Fachada Sul não apresenta rasgamentos mas apenas alguns Orifícios Circulares para escoamento de águas.
A Cobertura é feita em Terraço, apresentando Parapeito com Friso e Remate da Escada em Coruchéu Cónico, Chaminé no lado Oeste e Balcão no Cunhal Sudoeste suportado por Cachorros Ornamentados. O Corpo Térreo apresenta-se Contrafortado e com dois Vãos Rectos de Janela.
Autor in : Política, História e Património de Portugall
