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Segunda-feira, Setembro 16, 2024

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Santa Clara do Bonfim

A paróquia do Bonfim, na Cidade do Porto, celebra no primeiro domingo de Setembro, a Festa em honra da Virgem e Mártir Santa Clara. Esta era uma das maiores festas e romarias da cidade, reunindo milhares de devotos e romeiros do Porto e arredores à volta da Santa Clara do Bonfim.

Em 1777, o Cardeal Caprara pediu permissão ao Papa Pio VI para pôr à veneração dos fiéis as relíquias de Santa Clara. Nessa época, estudava em Roma um cidadão do Porto, o pintor e professor de desenho da Academia do Porto, José Teixeira, que foi religioso leigo da Ordem de S. Bento. Com o desejo de enriquecer a Igreja do Bonfim com tão precioso tesouro, pediu ao Cardeal Caprara o corpo da Mártir, tendo este acedido ao pedido.

Altar Santa Clara, na igreja do Bonfim, no Porto, em Portugal

Chegou ao Porto em 1779

Dois anos depois, em 1779, o corpo de Santa Clara foi transportado de navio para Portugal. Durante esta viagem, a embarcação foi assolada por uma tempestade, mas por sua intercessão, nenhum mal aconteceu à tripulação.

Antes de entrar em Portugal, passou por Barcelona, tendo sido procurada por grandes multidões. Em Saragoça, chegou a ser alvo dos esforços do Bispo local para ficar no altar de Nossa Senhora do Pilar. Em Lisboa, também foi alvo de cobiça de alguns párocos locais, tendo o mesmo sido verificado no Porto.

Após uma estadia na Igreja de Nossa Senhora do Terço e Caridade do Porto (Cimo de Vila) foi transladada, no primeiro domingo de Setembro de 1803, para a Igreja do Bonfim.

Desde esta data, tornou-se alvo de grande devoção, sendo conhecida como a “Santa do Bonfim”, intecessora e protectora dos marinheiros, mães com dores de parto e problemas de fala das crianças.

Os bonfinenses sempre tiveram muito orgulho na sua “Santa de carne e osso” e sempre a defenderam dos que quiseram ficar ou roubar as relíquias, tanto na viagem, como na estadia no Porto ou nas invasões francesas.

Santa Clara, como nasceu

Santa Clara nasceu no tempo do Império Romano. Os seus pais não eram cristãos, professavam o paganismo. Mas, reza a tradição, um dia Clara sentiu-se interpelada pelo testemunho de fé dos jovens da sua idade que eram martirizados nas arenas de Roma, por ordem dos imperadores. Procurou conhecer a fé cristã e pediu o baptismo.

Chamada a tribunal pelas autoridades do Império, defendeu a sua fé cristã e mostrou desejo de morrer por Cristo. Acabou martirizada no tempo das perseguições de Diocleciano e Maximiano, na mesma época em que as portuguesas Santas Quitéria, Liberata e Gema. Foi sepultada nas catacumbas de S. Calisto.

Sérgio Carvalho

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