A Igreja Paroquial de Gondarém, também conhecida como Igreja de São Pedro, é um belo exemplar do estilo manuelino regional, onde se destaca a fachada principal assimétrica e o portal com escultura inspirada nos portais renascentistas.
Inserida num pequeno adro florido fixado a meia encosta, sobranceiro ao vale do rio Minho, dispõe de um aprazível espaço exterior, com bancos de jardim onde pode relaxar enquanto observa a harmonia do edifício com a envolvente natural.
No interior da igreja, não deixe de reparar, no altar-mor, em duas esculturas em madeira, quase em tamanho natural, representando São Pedro e São Paulo, cobertas por pintura policroma e estofada.
Segundo alguns estudiosos o povoado de Gondarém teria sido fundado por um normando de nome Gundáredo, por volta de 970. O nome Gondarém, parece surgir pela primeira vez nas Inquirições de D. Afonso III.
Refira-se que nessas inquirições, do ano de 1258, relativas ao rei Bolonhês, a Freguesia de Gondarém teria a designação de Mangoeiro, ainda um dos seus lugares.
Segundo, o padre António Carvalho da Costa, tomou este nome por ali se encontrar a igreja antiga e que mudou o nome para Gondarém, quando se transferiu a igreja para este outro lugar.
Ainda, acerca da história desta freguesia, transcreve-se aqui, na íntegra, a informação que nos presta o livro “Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo: «Em 1258, com o nome de Mangueiro, é citada na lista das igrejas, situadas no território de Entre Lima e Minho, que pertenciam ao bispado de Tui.
Em 1320, aparece enquadrada no arcediagado de Cerveira, sendo uma das igrejas do bispado de Tui no território de Entre Lima e Minho. Nesse ano, e como se refere no inventário daquelas igrejas, mandado elaborar por D. Dinis, à igreja de São Pedro de Mangoeiro foi aplicada uma taxa de 75 libras.
Quando, em princípios do século XVI, as freguesias de Entre Lima e Minho foram incorporadas na diocese de Braga, D. Diogo de Sousa mandou avaliá-las. O seu rendimento foi então calculado em 714 réis e 7 pretos.
Em 1546. São Pedro de Mangoeiro, a actual Gondarém, encontrava-se inserida na Terra de Vila Nova de Cerveira, rendendo 70 mil réis.
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580, utilizada pelo Padre Avelino J. da Costa na elaboração do seu livro “A Comarca Eclesiástica de Valença do Minho”, refere que, nesta época. São Pedro de Mangoeiro se encontrava “partido em duas partes, a sem cura hé do arcebispo e a com cura de padroeiros leiguos”.
Segundo afirma o Padre António Carvalho da Costa era abadia, rendendo a metade curada “que presentão os senhores da Casa de Bertiandos por a família dos Cerveyras. cujo Morgado possuo aqui Manoel Ferreira d’ Eça, senhor da Casa de Cavalleiros, por descendente de filho mais velho. 300 mil réis e a outra metade, simples, data do Ordinário, rende 120 mil réis’.
Em termos administrativos, aparece na comarca de Monção em 1839 e, em 1852, na de Valença. Por decreto de 12 de Julho de 1895. a freguesia foi anexada ao concelho de Caminha, regressando ao de Vila Nova de Cerveira, depois da sua restauração, feita por decreto de 13 de Janeiro de 1898».
Informação obtida na página da Freguesia de Gondarém.
(41°55’4.82″N 8°45’5.20″W) Gondarém -Vila Nova de Cerveira – Minho – Região Norte – Portugal
Vivemos esperando que as coisas mudem que as pessoas mudem… Até que um dia, nós mudamos e percebemos de que nada mais precisa de mudar.” – Paulo Ursaia
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Autor foto: Daniel Jorge https://www.facebook.com/fotos.djtc