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Quarta-feira, Outubro 30, 2024

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O Comércio do Porto e o “crime” de 2005

Sim a 2005 foi cometido o “crime” de fazer desaparecer O Comércio do Porto, jornal que hoje faria 168 anos.
O jornal que teve como primeiro director Bento Carqueja e cobertura das regiões de Coimbra para Norte, depois de sofrer os problemas resultantes da instabilidade no 25 de Abril, tendo sido estatizado, principio de um mar de dificuldades que, mesmo depois de 25 de Novembro o jornal atingiria tiragens até aí não existentes na sua história, acabaria cair, depois duma administração que esteve quase a conseguir a recuperação da empresa, tudo caíu numa constante dança de administradores e responsáveis e tendo sido assinado o seu suicídio ao ser vendido o edificio da Avenida dos Aliados, um monumento da cidade, mas que estava nas garras dos bancos.

O Comércio do Porto e o “crime” de 2005

A mudança de domicílio para a rua Formosa, a venda do título que até os espanhóis o detiveram, foi impossível continuar a dar fôlego ao moribundo jornal, agravado com a crise no sector da imprensa escrita.
E a 30 de Junho de 2005 foi a morte de um título que honrou o jornalismo e foi um grande defensor e bandeira da maioria do povo do interior de Coimbra a Valença.
Um jornal que foi montra dos maiores vultos da cultura, mormente na literatura, aliás herança dos seus primeiros tempos com a caneta de Camilo.
Tivemos a honra de trabalho na empresa durante 22 anos, percorrendo todos os patamares da hierarquia redactorial, culminado com a inesquecível presença primeiro como director-adjunto e depois director entre 1978/2.
Ainda hoje não conseguimos passar na Avenida dos Aliados e ver a imponente casa que abrigou uma pleíade de profissionais e recebeu a colaboração das maiores figuras da cidade e do país.
Enquanto tivermos vida e sinal dos tempos, sempre neste dia não esqueceremos o jornal que nos fez ser gente profissionalmente. Saudade dos meus companheiros de trabalho. Do Santiago porteiro à família Seara Cardoso.
O Porto ainda hoje chora o seu jornal. O Comércio do Porto e o “crime” de 2005.
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Por Joaquim Queirós – ex-director de O Comércio do Porto

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