Das dez torres medievais das muralhas e Castelo de Miranda do Douro (em mirandês Miranda de l Douro) apenas resistiram à tomada da cidade em 1762, as duas que defendiam as suas portas principais.
Abertas inicialmente em arco redondo, mas na segunda metade do sec. XVI por razoes de segurança as portas passaram com o seu novo arco quebrado a serem mais estreitas.
Segundo desenho dos arquitetos de Dom Dinis
Na base da torre sul e no interior da do lado norte os arquitectos de D. Dinis gravaram um estribo e a flor de Lis, os dois símbolos de Avis – a ordem Militar que dirigiu os trabalhos de Construção do castelo da nova vila de Miranda.
No ano de 1093 os limites orientais da Galiza incluíam o troço mirandino do rio Douro, o mesmo sucedendo quando dela se desmembrou o condado portucalense, sucessivamente governada pelo conde D. Henrique, por sua viúva, a condessa D. Teresa, e pelo filho de ambos, D. Afonso Henriques.
Nesse período a povoação já era defendida por um castelo, arruinado pelas lutas da Reconquista. Desse modo, foi objecto da atenção do primeiro soberano português quando este, entre as campanhas da Galiza, interrompidas em 1135 e recomeçadas em 1137, aproveitou esse breve período de paz para restaurar castelos, mosteiros e igrejas em lugares estratégicos como Miranda do Douro.
Foral em 1136
Visando incrementar o seu povoamento e defesa, a povoação recebeu aforamento em 1136, vindo a se constituir em local de couto e homízio. Desse modo, a povoação foi crescendo em torno do castelo, vindo a receber cerca ou ainda no final do reinado deste soberano, ou no de seu sucessor, D. Sancho I.
Nas lutas travadas por D. Sancho I e seu filho e sucessor, D. Afonso II, com Afonso IX de Leão, aquele no último ano do século XII e este nos fins do primeiro quartel do século XIII, as terras de Miranda foram assoladas pelos leoneses, que só devolveram o castelo em 1213.
O foral da vila veio a ser confirmado em Coimbra, em 1217.
Sob o reinado de D. Dinis, a povoação teve o seu foral confirmado a 18 de Dezembro de 1286, com o privilégio de nunca sair da Coroa, sendo as defesas da vila e seu castelo reedificadas, período em que este monarca invadiu vitoriosamente Castela Velha por Cidade Rodrigo, avançando até Salamanca e Medina del Campo, obtendo a rectificação da fronteira pelo Tratado de Alcanices em 1297.
A partir de então, as defesas de Miranda, melhoradas, assumiram o aspecto de grandeza e solidez construtiva que a muralha da cidade, com suas portas torreadas, e o castelo, através das suas ruínas, testemunham.
Como chegar a Miranda do Douro
(41°29’40.19″N 6°16’33.48″W) Miranda do Douro – Bragança – Trás-os-Montes – Portugal
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