Do templo medieval original edificado entre os séculos XII-XIII, além do magnífico portal pouco chegou aos nossos dias; como tinha modestas dimensões (apenas uma nave) e feição românica, foi reconstruída durante o século XV e teve outra grande intervenção já no século XVI, passando de uma nave originalmente para 3 naves como hoje se pode presenciar.
O pórtico escavado e com acesso por quatro degraus, de perfil ligeiramente apontado, formando seis arquivoltas, umas toreadas e outras decoradas por caneluras, bolas e rosetas, sustentadas por oito colunas embebidas, com capitéis alongados e ornados por palmetas, rosetas e folhagem enrolada, na segunda coluna da direita, podemos observar duas aves a beber de uma taça.
A igreja que hoje conhecemos data de meados do século XV. Em 1444, nas Cortes de Évora, os procuradores de Ponte de Lima declararam que a “Igreia uelha era tam pequena, Em que nom podiamos caber”.
O facto de, aqui, se utilizar uma forma verbal do passado, faz supor que a construção do novo templo se havia já iniciado. Os recursos financeiros foram proporcionados por D. João I e pelo regente D. Pedro e a empreitada prolongou-se até à década de 50. Desconhecemos ainda como teria sido o projecto quatrocentista do conjunto, uma vez que foram muitos os acrescentos posteriores verificados.
Uma interpretação veiculada nos anos 70 do século XX dá conta da possibilidade de ter existido uma reformulação do projecto, sensivelmente um século depois de concluído. Segundo essa perspectiva, a campanha quatrocentista havia edificado uma igreja de nave única – a que corresponde o portal -, e só a partir de meados do século XVI se deu corpo à estrutura tripartida que ainda hoje existe.
Fosse como fosse, o certo é que a renovada Matriz de Ponte de Lima ocupa um lugar relativamente marginal na evolução do estilo Gótico em Portugal.
Na fachada principal, alem do portal faz parte também a rosácea radiante é, como se verá, um produto do restauro.
Cedo a igreja despertou as atenções das classes elevadas da sociedade local, que aqui procuraram estabelecer a sua última morada. De c. 1540 é a capela de Nossa Senhora da Conceição, no extremo Sudoeste do conjunto, espaço de planta quadrangular, coberto por abóbada polinervada, de volumosos bocetes, que alberga os túmulos da instituidora, D. Inês Pinto, e de seu marido, ambos em campa rasa.
A grande transformação do interior teve lugar a partir de 1567, ano em que está documentado um tal mestre Luís, oriundo da cidade do Porto, à frente da campanha maneirista.
Os trabalhos iniciaram-se com a integral substituição da capela-mor, que ficou de planta rectangular, com cobertura de abóbada de berço em caixotões. No transepto, as duas capelas extremas foram também construídas e mantém-se a dúvida sobre se, só então, se terá alargado o corpo para as actuais três naves.
A actual estrutura é plenamente maneirista, com arcos formeiros moldurados e de volta perfeita, não restando quaisquer vestígios da presumível organização tardo-gótica anterior. As obras continuaram nessa segunda metade do século XVI, com o pórtico erudito que enquadra o arco triunfal, a estrutura que ladeia o arco do absidíolo Sul datado de 1589 e a reformulação das naves até c. 1590.
O século XVIII trouxe grande parte das obras de talha que ornamentam o interior. A principal localiza-se na extremidade Sul do transepto e é um amplo retábulo de estilo nacional, datado de 1729, dedicado a Nossa Senhora das Dores.
O coroamento da torre sineira foi intervencionado na segunda metade do século XIX e, mais recentemente (1932) realizou-se a rosácea Neo-Gótica, a partir do modelo da igreja de São Francisco do Porto.
Informação obtida na página “Património Cultural – Direção-Geral do Património Cultural”
Como chegar ao Portal de Ponte de Lima
(41°46’3.85″N 08°35’3.73″W) Rua da Matriz – Ponte de Lima – Viana do Castelo – Minho – Região Norte – Portugal