Foi erguida no interior da cerca medieval da vila, sobre os vestígios de uma primitiva capela românica, da qual subsistem um pórtico (hoje obstruído) e uma cachorreira do lado norte.
Os seus trabalhos iniciaram-se em 1488 sob orientação dos biscainhos Tomé de Tolosa e Francisco Fial, aos quais se seguiram outros mestres de origem biscainha e galega. Os trabalhos desenvolveram-se com lentidão, tendo sido concluídos em 1556 com a torre da fachada principal. Por essa razão, o templo apresenta uma complexa combinação de estilos e influências.
O edifício apresenta planta de três naves, a central mais elevada, frequente em igrejas góticas do norte do país, embora incorporando elementos manuelinos e renascentistas.
As naves estão separadas por arcos de volta inteira assentes em colunas cilíndricas; acima dos arcos, na nave central, corre um valioso friso de azulejos policromados quinhentistas.
Elementos manuelinos e platerescos predominam na estrutura e decoração externa da cabeceira, aparentada com as da Sé de Braga e de Santa Maria Mayor de Pontevedra.
Ambos os portais são renascentistas. O portal principal, a poente e bastante erodido, está encimado por uma rosácea. O portal meridional apresenta a decoração escultórica mais elaborada e a iconografia mais complexa de todo o conjunto.
No interior merece realce o riquíssimo tecto de alfarge que cobre as três naves, em madeira de castanho, considerado como umas melhores obras de carpintaria artística do país.
A sua decoração, com forte influência mudéjar, também incorpora elementos magrebinos e mesmo indianos, não tendo paralelo em Portugal. Foi cuidadosamente restaurado entre 1941 e 1943.
A Capela dos Mareantes (1511), a mais vasta e sumptuosa da igreja, abre-se sobre a nave lateral esquerda por um amplo arco clássico, considerado como a primeira obra documentada do Renascimento em Portugal.
O altar da capela de Nossa Senhora do Rosário, na capela absidial esquerda, está encimado por uma Árvore de Jessé em talha barroca.
Na capela do Santíssimo, na capela absidial direita, destaca-se um grande tabernáculo em talha dourada representando cenas da Paixão. O púlpito em granito do lado do Evangelho e os frisos de azulejos das naves laterais também merecem realce.
A platibanda manuelina que encimava o conjunto foi muito danificada por uma tempestade em Janeiro de 1636, que também destruiu parte da torre sineira.
A igreja foi bombardeada por tropas espanholas durante a Guerra da Restauração.
O edifício foi drasticamente restaurado durante a década de 1930, tendo sido removidas várias capelas laterais e completamente destruídos o coro-alto, órgãos, e a maioria dos elementos decorativos barrocos.
Uma parte do tecto do coro alto foi reaproveitada para cobertura do Salão de Actos da Câmara Municipal, onde ainda se encontra.
Como ver a Rosácea da Igreja de Caminha
(41°52’41.09″N 8°50’19.76″W) Caminha – Viana do Castelo – Minho – Região Norte – Portugal
“A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, mas em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o errado.” – Theodore Roosevelt
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CAMINHA – Rosácea da Igreja Matriz